Dessa vez, a coisa vai ficar um pouco mais complicada, algumas das que apresentarei hoje (eu confesso) me deixam com sérias dúvidas. Contudo, prometo que explicarei da melhor forma possível.
Figuras de sintaxe:
Nosso objeto de estudo de hoje serão as chamadas "Figuras de Sintaxe", que são: o anacoluto, a elipse, a anáfora, a anastrofe/hipérbato/sínquise, o polissíndeto e o pleonasmo.
As figuras de síntese são aquelas que resultam de alguma alteração na ordem canônica (=típica, normal) da estrutura da oração.
Anacoluto:
Esse é bastante usada em "véios deitados"... hehehe... brincadeira, é usada nos "provérbios populares". O anacoluto acontece quando há uma quebra na oração que se havia iniciado por uma palavra ou locução, sendo que a expressão que vem a seguir não se conecta a parte interrompida. Temos um exemplo disso em: "Quem ama o feio, bonito lhe parece" (equivale a: O feio parece bonito a quem o ama).
Elipse:
Não, não tem nada a ver com eclipse... a não ser pelo fato que alguma coisa fica escondida. Na elipse, oculta-se um termo que pode perfeitamente ser entendido pelo contexto. Como, por exemplo, na frase: "Havia voltado a casa, mas hoje não posso mais", escondeu-se o verbo "voltar", que estaria no final dela.
Anáfora:
Essa é bem fácil, ocorre mais nos textos poéticos. Na anáfora, repete-se uma palavra no início de versos ou (no caso da prosa) de orações. Como em:
Eu sei que eu sofri,
Eu sei que chorei,
Eu sei que senti,
Eu sei que gritei (...)
P.S.: tinha feito um verso parecido uma vez. Não posso colocá-lo aqui pois não lembro mais como era.
Anástrofe, hipérbato e sínquise:
Esses são praticamente trigêmeos. Todos os três tem a ver com a mudança na ordem natural das orações, que seria: sujeito (e adjuntos adnominais) - verbo - complemento(s) (adjuntos adnominais) - (adjuntos adverbiais).
Na primeira irmã, a anáfora, apenas inverte-se a ordem canônica de alguns dos termos da oração, como na frase: "Ouvi do menino a voz inocente". A ordem certa dessa oração seria: (Eu) Ouvi a voz inocente do menino". Viu como a primeira frase tem um efeito bem mais interessante?
Já no hipérbato, a inversão pode causar dificuldade de compreensão da frase. Um exemplo clássico é a primeira frase do Hino Nacional Brasileiro: Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heróico o brado retumbante. Sabia que a ordem normal dela seria: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico?
Na sínquise, o caso é ainda mais grave. A inversão, nesse caso, pode gerar mais de uma interpretação da frase. Em: Henrique, que a duras penas convenceu Paulo a emprestar-lhe o dinheiro, quem emprestou o dinheiro foi Paulo, não Henrique. Pode-se notar isso com mais clareza se escrevêssemos da seguinte forma: Henrique, que a duras penas Paulo convenceu a emprestar-lhe o dinheiro.
Polissíndeto:
Essa é bem mais fácil que as anteriores. Há polissíndeto quando se repete várias vezes numa frase uma mesma conjunção coordenativa. Como por exemplo em: "E viver, e girar, e correr, e pular".
Pleonasmo:
Já falamos sobre isso noutro dia, lembram? O pleonasmo é construído a partir da redundância, que pode se manifestar sintática ou semanticamente, para salientar uma ideia ou para buscar uma melhor clareza.
É claro que alguns pleonasmos são meros vícios de linguagem, como os que eu citei na postagem "Coisas redundantes que todo mundo fala e ninguém percebe". Na verdade, ele pode ser usado em textos literários, mas devo salientar que você precisa saber realmente o que está fazendo. é coisa que só "quente muito humilde" usa, como nesses versos de Luís de Camões, em Os lusíadas: "Vi claramente visto o lume vivo / Que a marítima gente tem por santo".
Semana que vem falarei sobre as "figuras de pensamento", nem pensem em perder a parte III!!!
Mil Sweetkisses,

Excelente seu post !
ResponderExcluirParabéns, e obrigada !
Seguindo, segue de volta ?
http://lendoeaprendendoblog.blogspot.com.br/
Beijinhos, fica com Deus.